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domingo, 15 de janeiro de 2006
Acordar. Sentir o calor da cama. Esticar um braço de fora para iluminar o relógio e ligar o rádio. Ouvir as primeiras notícias, o trânsito, o tempo. Ganhar coragem para sair da cama. Sair da cama. Escolher a roupa. Ligar o esquentador. Tomar banho. Fazer a barba. Vestir. Tomar o pequeno-almoço. Ver as notícias na televisão. Escovar os dentes. Pegar na pasta e nas chaves. Sair. Conduzir por 10 km. Entrar na empresa. Estacionar no lugar do costume. Entrar na sala. Trocar de calçado e de parte da roupa. Ligar o computador. Dizer bons-dias avulsos, trocar apertos-de-mão e pares de beijos. Consultar o e-mail e a agenda. Fazer pausa para almoço. Conversar sobre política/sociedade/trabalho/cinema/desportos radicais/google-earth/etc. Trabalhar. Desligar o computador. Trocar de calçado e de parte da roupa. Dizer até-amanhãs avulsos. Sair da empresa. Conduzir por 10 km. Estacionar num lugar procurado. Entrar no prédio. Ver o correio. Entrar em casa. Pousar a pasta e as chaves. Opcionais não exclusivas: fazer jogging, ir ao supermercado, dar uma volta de bicicleta, fazer jantar, jantar em casa, jantar fora, passar pela internet, ir ao cinema, ler um livro, fazer uma visita, ver televisão, ir a um bar. Lavar loiça eventualmente. Passar a ferro eventualmente. Escovar os dentes. Despir. Deitar. Ligar o rádio. Ler algumas páginas. Deixar cair o livro várias vezes até desistir. Apagar a luz. Desligar o rádio. Dormir.
O sabor dos dias está no que não se vê.
# Jorge Moniz |
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