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domingo, 12 de fevereiro de 2006
Um doce pingo de simpatia
O supermercado onde vou tem os funcionários de caixa costumeiros: raparigas nos 20 e tal anos. Tem também duas excepções: um senhor com 60 e tal anos e uma senhora com 60 e tal anos. É dela que quero falar. Porque se diferencia da norma. É verdade que a função consiste basicamente em dizer bom dia ou boa tarde, mudar objectos da mão direita para a mão esquerda com uma breve paragem por cima de um espelho, dizer um número, eventualmente pedir algumas moedas de facilidade, dar troco e talão, obrigado. Esta senhora consegue fazer isto tudo trocando sempre algumas palavras de circunstância com as pessoas à sua volta e, sobretudo isso, com a boa-disposição e simpatia de uma voz cantada que eu conhecia das funcionárias análogas dos supermercados franceses.
Hoje teve como cliente uma senhora conhecida que se admirou de ainda a ver ali, ao que ela respondeu "sabes, faz-me impressão ver tanta gente nova já reformada, com 55, 60 anos, e com saúde, não querem fazer nada é o que é".
# Jorge Moniz |
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