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sábado, 21 de outubro de 2006
Chegou a casa, espalhou os sacos do supermercado pelo chão e pôs a carne no congelador. O resto logo iria. Sentou-se na sanita a cortar as unhas e a pensar na vida. É aí que se tomam as grandes decisões. (ou apenas se lêem as Selecções do Reader's Digest) Não chegou a nenhuma conclusão. Sobre a vida. Voltou à sala e olhou para a desordem. Nestes dias tinha um certo prazer na desorganização, em ver tudo espalhado e contribuir ainda mais, deixando todo e qualquer objecto fora do seu sítio normal, apenas largado onde acabou de ser utilizado. Ligou o rádio, demorou-se a escolher um cd e sentou-se com um post it onde foi escrevendo as tarefas que tinha para fazer. (incluindo arrumar o corta-unhas) Não chegou ao fim. Apetecia-lhe falar com alguém, por isso foi lavar as mãos. Conversava melhor ao telefone se sentisse o cheiro do sabonete em permanência. Pegou no telemóvel, fechou os olhos e carregou no botão da agenda umas quantas vezes, depois no verde. Começou a chamar. Do outro lado alguém atendeu. Olá.
# Jorge Moniz |
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