|
|
sábado, 3 de novembro de 2007
Nem chega a um minuto. Nas estações de comboios, aeroportos, garagens de autocarros. Quem parte olha pela janela para quem fica, quem fica olha pela janela para quem parte. O comboio arranca, partilha-se um gesto com as mãos ou com os lábios e depois fica o vazio. Há uns segundos de estranheza, em que se prepara o corpo e a mente para um novo foco. Em que se desliga aquela pessoa que ficou lá atrás e se orienta a atenção para outro lado. Olha-se em redor para os companheiros de carruagem, liga-se o leitor de mp3 ou o computador portátil, pega-se no jornal. Esta senhora à minha frente deixou o marido no Cais do Sodré e agora faz palavras cruzadas. Em cirílico.
# Jorge Moniz |
|
|
|