frutos de sombra













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    domingo, 10 de fevereiro de 2008


    As pessoas à volta
    Tenho um amigo que diz que com o passar dos anos alargou os critérios na escolha das pessoas com quem se relaciona. Gosta de conviver, de sair e, devido a algumas mudanças de morada e às novas actividades de mudança de fraldas que vai vendo entre os amigos mais antigos, prefere sair e relacionar-se com pessoas com quem não se identifica muito, do que ficar sozinho em casa. É perito em, digamos, amigos superficiais. Tirando um pequeno núcleo que o acompanha há décadas, vão rotativamente passando novos amigos, que nunca duram muito tempo.

    Diria eu que tenho feito a evolução contrária. Cada vez menos tempo e paciência para alguém com quem não me identifique. Não estou a restringir o conceito de identificar a coisas como nível social, económico, cultural. Será algo menos tangível, mais intuitivo ao conhecer-se uma pessoa. Mas que, no meu caso, passa muito pela ética, pela formação humana.
    O local de trabalho é um caso interessante neste aspecto. Podem-se fazer amigos entre colegas. Deve-se? E com os outros, só falamos de trabalho? Numa recente formação em gerir e motivar equipas, aprendi o conceito de máscara profissional. Soa frio, calculista, mas é algo de útil. É durante o horário de trabalho manter um comportamento útil às nossas funções e às dos que nos rodeiam. Podemos ganhar mais intimidade com alguns colegas, até tornarmo-nos amigos, mas não nos esquecermos que naquele horário somos colegas e todos devem ser tratados de forma igual, quer tenhamos mais ou menos simpatia por eles. Não os podemos escolher.
    À noite, ao fim-de-semana, nas férias, dou então lugar a quem escolho, às pessoas com quem me sinto mesmo bem, com quem gosto de comunicar, partilhar. Se são poucas, prefiro fazer coisas sozinho a uma companhia que se torna desconfortável para mim. Depois, ainda de forma mais rara, pode aparecer alguém com quem nos apeteça estar sempre.

    # Jorge Moniz |