|
|
domingo, 26 de outubro de 2008
Ao sentar-me frente a uma pessoa com 86 anos só posso falar o menos possível e ouvir, aprender o mais que possa. Os conselhos são dados com a humildade de décadas e décadas de experiência. A serenidade é de quem já viu tudo. A energia é invejável e devia envergonhar muito desanimado de 30 anos.
“O meu marido gostava de se deitar cedo e eu gostava de passar a ferro à noite. Pegava na tábua e para o pé dele. Quando se reformou disse-me ‘não precisas mais de fazer o almoço’. A cozinha ficava toda desarrumada, mas todos os dias quando eu chegava da escola, ali tinha o almoço feito.”
Saí dali com as bochechas doridas do sorriso permanente. E com uma injecção de ânimo para viver.
(curiosa a escolha de palavras das pessoas mais velhas, que se referem sempre ao seu cônjuge como amigo, companheiro e raramente falam de amor)
# Jorge Moniz |
|
|
|