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quarta-feira, 23 de julho de 2008
Os invisíveis
Dei comigo hoje a reparar nas letras de várias músicas que iam passando na rádio e a concluir mais uma vez que dos amores felizes (pronto, vamos usar linguagem mariquinhas: as relações de sucesso) não reza a história. Não aparecem na música, nos filmes, nos livros. Em conversas de pôr a conversa em dia passa-se rapidamente pelos conhecidos comuns que estão bem; os outros em fases difíceis ou separados dão muito mais sumo. E até neste novo palco de comunicação de diários online para toda a gente ler é raro aparecer alguém feliz a falar disso. Por um lado há de facto menos que dizer. Por outro essas pessoas, que existem, estão antes mais ocupadas a viver o que de bom têm do que a fazer-lhe publicidade. Aparecem escondidos nas estatísticas, ninguém fala deles, até se julga serem um mito. Mas existem. Chamo-lhes os invisíveis.
(já que não era estético chamar-lhes bruxas para usar a estafada frase espanhola)
# Jorge Moniz |
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