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domingo, 17 de agosto de 2008
Estação pateta
Na toalha do lado na praia, pego numa daquelas revistas que vêm como brinde ao comprar uma toalha, ou um saco, ou um chapéu. Penso que era a Máxima. Dizem-me que custa 3 euros. Começo a folhear e o primeiro artigo, o editorial, aparece à página 23. E eu penso: os 3 euros devem ser mesmo para pagar o saco, a revista sai de graça.
O editorial trata do tema das mulheres e dos homens e do que elas querem deles e onde andam eles, se é que existem. Pressinto o divertimento e começo a ler. Lá para 1/3 da crónica aparece a frase esperada, algo como “só exigimos o mínimo”. De seguida a autora discorre sobre as tais características mínimas que um homem deve ter. Uma lista que preenche praticamente o resto da crónica e termina em grande estilo com “queremos um homem fiel, mas que compreenda as nossas pequenas infidelidades”. Ainda estou a recuperar quando a frase seguinte me atira definitivamente à relva, digo, areia: “A tudo isto temos direito.”
Enquanto pousava a revista e levava com o sol nos olhos fechados, ocorriam-me analogias do tipo: nalgumas coisas já tivemos um 25 de Abril, falta agora o 25 de Novembro.
# Jorge Moniz |
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