Numa corriqueira ida ao cinema, desta feita nas Amoreiras, saco dos já caros 5,5 euros. Diz a menina que é 6 euros. Pergunto porquê. A menina responde com o ar mais óbvio do mundo que é por o filme estar numa sala VIP. OK. É Natal e vamos passar por cima do facto de não haver liberdade de escolha (queres ver o filme x tens de pagar mais) ao contrário por exemplo do Beloura, onde na mesma sala há lugares normais e VIP, e vamos lá a ver o que nos reserva o tratamento personalizado. As ideias foram surgindo. Haverá massagens nos pés? Um SPA dentro da sala? Funcionários de fraque em vénia permanente? Minibar debaixo da cadeira da frente? Nada disso. - O funcionário que rasga os bilhetes apresentava a farda e o ar desolado de um empregado de estação de serviço no deserto do Nevada. - O trajecto desde a porta até aos lugares trabalha de facto a forma física, mas de uma maneira mais original do que qualquer massagem, antes exercitando os músculos das pernas para conseguirmos descolar os pés do chão coberto daquela pegajosidade típica de manhã seguinte de festa de faculdade onde se entornou muita cerveja e coca-cola. - As poltronas são realmente mais largas, com mais espaço para as pernas e em pele, sendo que o seu estado de conservação remete para aqueles aviões mais antigos da TAP, com a zona onde se deverá pousar o rabo já toda estalada. - O cliente deve ter um serviço mais completo, por isso leva com 15 minutos de apresentações de filmes e publicidade. De porta aberta para arejar.
Valeu o filme, que é imperdível para quem teve infância/adolescência nos anos 80. Vejamos a trêila:
