Quando era miúdo, levantava-me neste dia e ligava logo a televisão para ver as paradas frente aos Jerónimos. O exército, a marinha, a força aérea, a pé, a cavalo, de mota, de carro. Nunca marchavam tão alinhados como os soviéticos, mas tinha graça na mesma. Um jornalista e um comentador iam dizendo os nomes das unidades e os seus lemas. No final passavam os aviões. Depois começava a sessão solene na Assembleia da República com os discursos todos e eu ia fazer outra coisa qualquer. Voltava a ver a televisão no telejornal em que mostravam as imagens a preto e branco de 74.
Hoje já só há a sessão solene. E as perguntas boçais a este e àquele sobre se estamos melhor e o que mudou e afins.
O que eu gostava que hoje se visse na televisão eram as imagens daquele dia, porque todos os anos há mais crianças a poderem aprender. E que a festa fosse transversal e popular, sem complexos de esquerdas e direitas, apenas a homenagem a uns estarolas que tiveram coragem.
(cá está, há dois anos que, nas palavras que a Anabela Neves acaba de dizer “o Presidente diz que se deve renovar o figurino das cerimónias”, mas nada mudou, discursem lá).
[uma iniciativa interessante: um helicóptero da Força Aérea vai lançar 5000 cravos sobre o Largo Camões] # Jorge Moniz |